Estarrecimento
- Professor Seráfico
- 18 de out. de 2022
- 1 min de leitura
Muitas pessoas com quem conversei na sexta-feira, 14, confessaram-se estarrecidas. A imagem de crianças desembarcando de um carro militar de combate, portando armas pesadas era a razão. Foi a forma como dirigentes de uma escola pública pretextaram homenagear as crianças no dia que lhes é dedicado. O sentimento de que tomei conhecimento só pode ser atribuído a duas coisas: enorme ingenuidade ou abissal indiferença ao que vem ocorrendo no Brasil, desde que 57 milhões de eleitores avalizaram os propósitos e a visão de Mundo do ex- capitão e seus seguidores. A alguém que acompanha a política nacional, sobretudo desde a campanha eleitoral de 2018, nada parece tão coerente entre o ideário nazifascista e as práticas, condutas e mensagens inadvertidamente estarrecedoras. Neste particular episódio, os pouco informados lembram pelo menos dois aspectos convergentes, no sentido de representarem a própria essência dos valores estimados pelo candidato à reeleição, que se dizia hostil a ela. Um desses aspectos refere-se à semelhança da instrução militar dada, ainda na infância, aos potenciais membros de organizações terroristas. Al Kaeda, Taleban e Estado Islâmico seriam os modelos. Outro ponto mantém proximidade maior ainda, desde que não se esqueça o envolvimento do então tenente com ação terrorista planejada para ter como palco a estação de abastecimento de água do Rio de Janeiro. Estarrece, de fato, ter ainda alguém que espere algo diferente de pessoas que, não tendo argumentos, preferem as armas. Além de mostrar fome de sangue e morte, como a pandemia nos revelou.
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