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Entre o céu azul e a terra escura

Muito já se tem escrito sobre as dimensões do surrealismo que tomou conta do globo terrestre. Das contradições que descrevem as relações humanas nesse espaço de cujo tamanho ainda há dúvidas, também há não tão poucos registros. Ainda agora, milhões de seres humanos têm suas vidas sacrificadas, porque um virus espalhou seus trágicos efeitos sobre não importa que lugar no Planeta. Pior, em algumas nações recebendo a cumplicidade dos que fazem da morte vitória pessoal. Não cansados de devastar amplas áreas florestais dos continentes, poluir seus cursos d'água tenham o tamanho que tenham, extinguir populações de animais - grupamentos humanos algumas -, dedicam-se agora a percorrer os ares que levaram Iuri Gagarin a ver o azul infinito. Nem se contem os que, avessos a tudo quanto não reproduz a pobreza de seus espíritos, a tibieza de seu caráter e a miserável condição pré-humana em que permanecem, contribuem para fazer maior a tragédia por todos suportada.

Não me anima o desejo de furtar aos afortunados o gozo de suas fortunas materiais, mesmo que baseadas nos piores valores e ainda mais condenáveis condutas. Não faria isso, num domingo, pelo menos. Não posso, porém, ficar cego à maior das ironias reveladas pelo desdém dos que passeiam em torno da Terra e dos que para lá os mandaram, enquanto aqui, os milhões metidos em caixas de madeira e postos debaixo terra, pagam pela simples razão de serem humanos.

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