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Foto do escritorProfessor Seráfico

Domingo diferente

Este domingo não será igual a qualquer outro vivido pelos brasileiros. Não pela realização de eleições gerais, à exceção do mandato municipal. Nem apenas pela deliberada agressividade como é recebida pelos atuais (des)governantes qualquer tentativa de aprofundar o ambiente democrático que a Constituição de 1988 anunciou. Menos, ainda, pela quase impossibilidade de enxergar horizonte mais propício ao trabalho produtivo, à recuperação da dignidade de todos os brasileiros, à contenção da desigualdade galopante que pune a maioria em benefício de irrisória parcela da população. Tudo isso sempre fez parte de nosso cotidiano, em diferentes graus de gravidade. O que marca a diferença, neste primeiro domingo depois de vinda a Primavera, é o objeto mesmo da escolha que os cidadãos farão, com o simples tocar de dedos em uma tecla de computador. Ainda assim, preocupados com o que daí poderá advir, não obstante a singeleza do gesto. As mãos, neste caso, assumem papel simbólico sempre presente, mas acredito que raramente percebido pelos que o têm feito. Antes de chegar à seção eleitoral, o cidadão haverá de ter refletido sobre a realidade vivida pela maioria de seus contemporâneos e compatrícios. Talvez tenha aumentado a quantidade dos que, antes distraídos, não conseguiam relacionar cada eleição com o futuro a ser vivido – alguns, por eles mesmos; outros, pelos filhos e netos que continuarão sua caminhada. Grande parte desses, transformados em órfãos, porque uma pandemia tratada com regalias e reverências pelos (des)governantes lhes proporcionou a oportunidade de levar à morte e à desesperança os que prometeram beneficiar. Raciocínio, discernimento, sentimento e sonhos, portanto, serão transportados para as seções eleitorais, onde outro órgão do corpo humano se incumbirá de mostrar os caminhos. É para isso que servirão os dedos, neste domingo 2 de outubro de 2022. Está nas mãos dos próprios brasileiros, com toda a singeleza e facilidade do ato realizado por todos e cada um eleitor, nossa Vida e a Vida dos que nos sucederão. Com o uso da arma mais eficaz que se conhece contra o obscurantismo, a ignorância, a crueldade e a Morte – o voto. Todos a ele, brasileiros que entendem a Vida como eterna trajetória de quem repudia o ódio, vitupera contra a tristeza, pauta-se pelo amor ao próximo e rejeita a submissão, seja ela a que e a quem for!



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