Parecerá ironia desejar feliz ano novo, na passagem de 2020 para 2021. Como povoar corpos e mentes do prazer e da esperança costumeiros nesse período do ano, quando vírus naturais e vermes humanos se juntam em pródiga produção da infelicidade – da morte, seu suprassumo? Como esperar menos abundantes as águas escorridas de olhos que não viram a tempo os riscos e as pedras no meio do caminho? Como converter fanáticos apressados, como os ratos de Hamelin, céleres em direção ao mais profundo abismo? Se não basta a ameaça do vírus, como evitar a aglomerações, usar permanentemente as máscaras, já que as outras, irremovíveis, acompanharão muitos até o ponto final – com o cortejo da covid-19 ou sem ele? Como admitir a festa do Nascimento transformada em homenagem às parcas? O vinho transformado, além de lágrimas, em sangue derramado; o peito arfando, o sem-sabor de tudo ocupando nossas bocas, nem o aroma do lírio improvável entrando em nossas narinas? Dói dize-lo, mas dizer é preciso.
top of page

Posts recentes
Ver tudoImagine-se a trabalheira que está dando! Refiro-me aos esforços dos comandantes militares, para separar o joio do trigo - os colegas...
O vereador Sassá da Construção Civil (PT-AM) é favorável ao injustificado recuo de Lula, no quiproquó com Netanyahu. O que bastou para o...
Se procedem, as informações sobre a pretensa blindagem do Exército pelo quase ex-tenente-coronel Mauro Cid, pode-se antecipar...
bottom of page
Comments