Notícias insinuam que Lula poderia negar-se a concorrer, em 2022. Mesmo sem condições de atribuir veracidade à hipótese, vejo-a plausível. O êxito de sua excursão por alguns países europeus colocou-o no pódio das lideranças internacionais. Sobretudo por provocar inevitável comparação com o atual Presidente. E despertou em vários chefes de Estado pelo menos a reflexão sobre de alguma forma influenciar o resultado das eleições brasileiras do ano que vem. Não que isso seja algo desejável por todos os setores, segmentos e partidos do Brasil. É preciso considerar, todavia, que a globalização inclui na inevitável aproximação dos povos e governos, em dimensões inimagináveis antes dela, relações de que sequer suspeitaríamos. Mas a participação de Lula na disputa penso não ser fava contada. Sua escolha corresponde a um dilema fácil de entender: manter a projeção e o prestígio internacional ou correr o risco de, eleito, enfrentar oposição ainda mais furiosa do que antes. Assim, construir ou reconstruir candidatura capaz de enfrentar a direita pode garantir-lhe um posto destacado no futuro governo. A idade de Lula e seu prestígio internacional certamente pesarão.
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