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Carta a Pietra, sobrinha-neta, poeta*

Pietra, uma dentre as queridas sobrinhas-netas,


Falta pouco para pores na rua o produto de tua mente inquieta e do sabor que sentes na aventura que se chama Vida. Esse gesto de superação do dilema que acompanha quem faz das palavras o veículo de seu pensamento. Uma obra, escrita ou esculpida, pintada ou representada, jamais se conclui. É preciso interrompe-la e submeter-se ao escrutínio dos que a terão diante dos olhos, ouvidos, todos os sentidos, conhecidos ou por desvendar. Filho concebido pela mente e o que ela pode captar de tudo quanto cerca o autor, o livro posto à luz do sol abre seus próprios caminhos. Depois, é esperar que venham os seus irmãos, todos eles frutos da interrupção de um processo, todos gerando a expectativa da chegada de novos irmãos. Diziam-me, uníssonas, duas gêmeas com 8 anos de idade: ler é fazer uma viagem. Nada tão sábio. Que teu primeiro livro seja, sobretudo, o anúncio de que outros virão. Livro, viagem e Vida quase se confundem, porque testemunhos da humanidade que muitos teimam em desmentir. Ainda bem que há poetas! E, em toda parte, Poesia.

Bj do tio-vô.

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*Pietra Seráfico, filha de Paulo e Paula Seráfico Segundo, lança amanhã, 12 de abril, em São Luís-MA, seu primeiro livros, Poemas integram seu Está na hora de dormir, da Viseu Editora.

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