(Vitória Seráfico – dez. 1976)
“Mais valem mãos que fazem, do que lábios que rezam” Madre Tereza de Calcutá
Papai Noel,
eu quero um presente
diferente,
permanente;
não é bicicleta,
não quero boneca
e nem velotrol;
eu quero que tragas,
de longe, pra mim,
presente invulgar:
um Natal sem fim.
Que não seja passageiro,
mas que dure o ano inteiro,
mudando cada Cartão
em Paz, em compreensão,
durante o mês de janeiro
e os dias de fevereiro.
Que exista um fraterno abraço
em cada dia de março!
Que as bolas coloridas
se tornem, no dia-a-dia,
mãos bondosas estendidas
que, em abril ou em maio
(de Maria e das flores),
amenizem muitas dores!
Que, em junho ou em julho,
desapareçam do homem
a prepotência e o orgulho!
Que as velas hoje acesas,
seja agosto ou setembro,
sirvam para indicar
que não falta o pão às mesas!
Que o pisca-pisca da luz,
no mês de outubro ou novembro,
seja um sinal de alerta
a quem o poder seduz!
Como vês, Papai Noel,
o presente
diferente,
permanente
não cabe no meu sapato
pois, mesmo sendo concreto,
na forma ele é abstrato.
Mas te peço que não faltes
e que não aches demais
o pedido que te fiz.
Manda, logo, esse presente
diferente,
permanente,
pra que o fim de cada dia
seja uma NOITE FELIZ!
(Natal, 1976)
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