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Capacidade moderadora

Soube certa vez, dito por um coronel: como conter o ímpeto de quem se prepara para o combate? Chegada determinada hora, o que passa pela cabeça do indivíduo em preparação mistura-se à expectativa de mostrar o resultado da aprendizagem. Será razoável esperar moderação, serenidade e contenção de cada um deles? Dificilmente - ou, raramente isso encontraria correspondência em situações reais. O romance A invasão dos bárbaros, de Mário Benedetti, trata disso. A figura do tenente Drago corporifica a luta interior conduzida pelo jovem oficial, movido por sentimentos e anseios contraditórios. Ele chega a tentar o reingresso na vida urbana, em meio aos seus contemporâneos, em país que o romancista se esmera por ocultar. Movido, Benedetti, pela perspectiva universal de que o problema deve ser apreciado. Já não se trata, aqui, de analisar razões de ordem exclusivamente individual, mas de confronta-las com a vida como ela é. (Nelson Rodrigues soube muito bem dize-lo). Esperar moderação, neste e em casos semelhantes, seria desmentir tudo quanto a Ciência tem revelado sobre o ser humano e sua reação às provocações. Das mais simples às mais complexas. Por isso, não há qualquer probabilidade de ganho humano ou social, sempre que se deixa ao critério das armas a moderação de seja lá qual desavença. Que me leiam os defensores das forças armadas como poder moderador. Apenas como aperitivo, pois não falta literatura da boa, para fundamentar o que escrevo agora. Tomem gosto!

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