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Campos da morte

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Quando se celebra o nascimento de um pregador que chegou à cruz pelo mundo novo que anunciava, não há como esquecer a caminhada por ele empreendida, e quanto dela se têm afastado os que dizem amá-lo e cultuá-lo. Nem todos - é verdade. Nem, ainda, a maioria deles. Mas é aos desviados e afastados que devem ser renovadas as mensagens do supostamente homenageado de hoje. Pode ser que chegue o dia em que seus ouvidos estarão abertos e por eles entrarão as palavras do nazareno. Os campos em que o filho de Maria e José lançou semente não se têm mostrado propícios à boa messe, se muito de mal se tem feito, em nome dele. É isso, porém, o que se tem visto ao longo da História. Esta mesma cujo andamento se fez dividir pela presença do tão mal-ouvido pregador. Não fora isso, como justificar Auschwitz, Treblinka, Dachau? Como admitir que a morte de quase 700.000 seres humanos provocasse a zombaria e a negação do oxigênio salvador fosse saudada com perversidade de que se duvidaria capaz o mais feroz dos animais da selva? Os campos são outros, diriam os mais conformados. Quem sabe dentre os quais se alinham outros pregadores, para quem a Verdade anunciada há de ajustar-se aos seus malignos propósitos e às suas incontidas vaidade e exagerado apetite? Estes, cultores da destruição e da morte, tratam de dar curso a outro tipo de empreitada. Aquele que se compraz com a desigualdade, proclama-a como virtude, dissemina-a mundo afora e só sente realização quando elimina do seu convívio e do convívio dos outros todos os que não lhes rendem obediência e servil atenção. Pior, fazem seus campos de uso e usufruto comum, nas ruas, nas praças, na cidade e na comunidade, muitas vezes impedindo o bom exercício dos direitos que a cidadania confere. Esta é, hoje, a realidade do País. A mensagem avessa à Vida, a conduta delinquente encenada no triste e trágico palco montado à custa do desprezo votado à solidariedade e posto a serviço da destruição dão curso, assim, a toda sorte de atentado - à Vida humana, tanto quanto à liberdade. Nem por isso é possível apagar a mensagem dos doze primeiros apóstolos, em que pese a falsidade com que outros, multiplicados por milhões, tentam fazê-lo. Nesta noite, memorável desde o nascimento em pobre manjedoura que deu ao Mundo/mundo o sinal de Esperança e Paz, alguns certamente preferirão saciar sua fome com o ódio bem servido e a voracidade incontida de suas maléficas vontades. Ao invés de escorraçá-los, como de sua preferência em relação aos outros, levemos nossa palavra de conforto, até o dia em que os vejamos ajoelhados, como o fazem em relação à bandeira de outros, países, a pedir clemência pela sua própria desumanidade. A Vrdade, então, terá vencido.

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