Aposto que a oitiva dos irmãos Miranda (Luís Ricardo e Luís Cláudio), o primeiro funcionário do Ministério da Saúde, deputado federal o outro, na CPI do Senado foi campeã de audiência, na sexta-feira. Sabe-se lá por que motivo, o parlamentar tentou derrubar a república, como antecipara em entrevista dias antes do depoimento coletivo, falando para os onze senadores. Seu objetivo não foi cumprido, mas pavimentou um caminho que pode levar a consequências políticas interessantes. Até mesmo o fortalecimento do que desejava derrubar. Uma delas sendo a eventualidade de instauração de processo de impeachment do Presidente da República. Não são favas contadas, todavia. Por enquanto, o efeito mais visível está na contribuição dada ao esclarecimento do tônus e do caráter do (des)governo federal. Óbvio que mais uma vez se observou o esforço da tropa de choque governista, useira e vezeira na busca de gerar o caos, onde quer que haja interesse governamental em jogo. Cada dia, porém, esse expediente se torna mais inviável, inócuo. Não fosse assim, os índices registrados nas sucessivas pesquisas de opinião sobre o (des)governo e seu chefe seriam mais agradáveis ao Chefe e à sua grei. Em grande medida, as descobertas que pouco a pouco vão sendo feitas concorrem para empurrar tais números para baixo. Com uma circunstância importante, não fosse ela mesma a reiteração de outras situações experimentadas no âmbito do poder. O fogo amigo sempre será mais contundente que o fogo do adversário. É bem o caso. O deputado que socorreu o próprio irmão foi aliado do atual Presidente, e a fé cega ou ingênua nele posta levou-o à frustração. Pensando-o realmente preocupado com o combate à corrupção, Luís Cláudio Miranda se deu o trabalho de, em uma serena tarde de sábado, ia ao Palácio do Alvorada. Lá, na presença do próprio irmão, este incomodado pelo assédio moral de seus superiores do MS, o parlamentar colheu sua enorme frustração. As respostas que esperava de quem pensava movido por bons propósitos, simplesmente não foram dadas. A não ser que consideremos tudo como matemática de sinais trocados. Ao invés de os denunciados serem postos frente à frente com a Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e outros órgãos de investigação, foi o denunciante Luiz Ricardo quem se viu acossado pelas autoridades. Tudo devidamente explicado em entrevista coletiva prestada por um réu confesso de crime eleitoral, Ônix Lorenzoni. Enfim, e como dizia um velho e saudoso amigo, boi cabreiro conhece o outro.
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