Em algum lugar, de passado que não sei de pronto precisar, chegou-me o conceito de aproximações sucessivas, sempre que se tem um objetivo a alcançar. Sitia-se um território para gradativamente chegar à sua total ocupação e conquista. A guerra Rússia X Estados Unidos e seu braço armado europeu seria, hoje, o melhor exemplo. Nossa realidade parece também apta a esclarecer tal exercício de estratégia e tática, sem a necessidade de serem compulsados os maiores teóricos sobre o fenômeno mais cruel atribuível à mente e à vontade humanas. No início, preenchem-se os postos de mando e gerência com aqueles que mais se afinam com o que pensamos, não àquilo que interessa à maioria da sociedade. Contidas seja por qual for o expediente, legal ou ilegal, as vozes discordantes, pode-se dar o passo seguinte. Este tanto pode ser a tentativa de espraiar a atuação oficial a áreas e funções entregues à responsabilidade de outras agências públicas, como a planejada renúncia às funções estabelecidas na Constituição. Os exemplos, aqui, vão desde a revogação de normas reguladoras da aquisição, porte e uso de armas, até a interferência em processos que dizem respeito a outras instituições, não àquela que participa da guerra interna indireta e implicitamente declarada. Vem a pelo, então, a busca de gerenciar o processo eleitoral, se não for possível simplesmente eliminá-lo do calendário político. Sabendo-se que nesse processo o segundo passo não é dado antes que se avalie a chance de os sucessivos se sustentarem e permitirem a progressão no terreno desejado. Se esses expedientes são adotados na guerra, quando se faz da política não o espaço do entendimento, mas do conflito, ele tem lá sua validade. É a isso que temos assistido, nos últimos anos. Em raros momentos, vamos além da mera e simples assistência. Por isso, o que nos escolheu como inimigos avança e tenta impor-se, à custa a apenas de modos violentos, já que argumentos quando não existem cedem lugar à força. E, de aproximação em aproximação, vamos entregando os dedos, depois de os anéis nos terem sido surripiados. Nos últimos dias, boa parte da sociedade parece ter-se dado conta dos riscos envolvidos, de que os manifestos das Arcadas, da FIESP e outros documentos de resistência e protesto começam a dar notícia. Resistir sempre será preciso, para que mais um passo, menor que seja, não mais seja dado.
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Esse manifesto, embora subscrito pela direção da FIESP, não teve a adesão de boa parte dos filiados a essa Federação.
Quanto a Febraban, são os mesmos que exigiram a privatização da Petrobras e da Eletrobras e agora querem os fundos de previdência das estatais.
Certos arautos que estão orbitando o PT já afirmaram que seria muito difícil reverter a privatização da Eletrobras.
Trata-se apenas de mais um episódio das conveniências políticas na luta pelo poder. Que anéis serão entregues pelo novo governo?
E assim "la nave va", cozinhando em banho-maria uma reforma social profunda da sociedade e lançando mão do assistencialismo populista.
Que saudades do Brizola...