A análise da destituição do vice-presidente da Câmara dos Deputados tem suscitado variedade de interpretações. Os analistas geralmente levados ao sabor das ideologias, interesses e apetites a que se vinculam e aos quais servem. Há, porém, estudiosos que mesmo sendo poucos põem luz sobre os fatos. Não buscam satisfazer os apetites que animam os outros, nem incluem a subserviência no rol de suas aptidões. Podem, portanto, opinar segundo os critérios que seus compromissos como cidadãos estabelecem. Um desses é o sociólogo Marcelo Seráfico, da Universidade Feferal do Amazonas. Em entrevista prestada ontem à BandNews-Difusora, o profissional não fingiu a pretensa surpresa frequentemente revelada por outros comentaristas. Mostrou com precisão cirúrgica estarmos diante de um simples episódio da marcha antidemocrática instaurada no País, sob a liderança do próprio Presidente da República. Em resumo bastante breve, e até certo ponto indicando outros aspectos e fatos merecedores de atenção, permito-me trazer algumas perguntas que, respondidas, poderão ajudar a compreender a realidade a que nos trouxeram as urnas eletrônicas de 2018, as mesmas hoje sob releva
virulenta e inadmissível ameaça. Pergunto, pois:
Onde a interferência direta do Presidente da República na Câmara difere de tantos outros atos por ele provocados?
Como esperar independência do Presidente da Câmara, face ao histórico de sua vida política e sua influência no centrão?
A desmoralização do Legislativo conta com a figura mais relevante na estrutura do Poder. Alguns diriam tratar-se de cabal exemplo do fogo amigo. Agora, a pergunta final, sem ser exaustiva: amigo de quem?
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