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A disputa

A muita gente parece difícil estabelecer prioridades. Qualquer que seja a fórmula do processo decisório, saber quanto a decisão influencia o que vem depois é indispensável. Decisão que não é posta em prática corresponde a tempo perdido. Isso vale na vida de uma só pessoa, quanto na vida de um pequeno grupo ou nos coletivos, até o maior deles. No caso brasileiro, a república. Daí decorre a pertinência de análise serena e consequente, no momento em que o eleitor encaminha-se em direção à urna. Diagnósticos não faltam, para descrever a realidade com que nos defrontamos, os mais de duzentos e dez milhões de brasileiros. O País passa por acentuado e acelerado processo de desindustrialização. O desemprego corre à solta, embora a desonesta e proposital confusão promovida pelo próprio poder central quanto à identidade entre emprego e ocupação. Os números referentes aos mortos pela covid-19 são em si mesmos prova da mortalidade do mal, combinado com a ação e omissão dos que deveriam tudo fazer para combatê-lo. Só os cegos por opção (ou coisa pior ainda) negarão o desmantelamento do aparelho estatal, especialmente em setores exigentes da presença do Estado. O afastamento do Exército do controle do comércio e uso de armas, e do IBAMA, no que toca à Amazônia e outros ecossistemas concorre para o aumento da violência, sob as mais variadas formas e segundo os mais absurdos pretextos. A inflação, peça de resistência do cardápio que mata a fome dos conservadores, voltou com toda força. Não é gratuito, portanto, o retorno de milhões de famílias condenadas à morte pela fome. Cada dia se mostram menos puros os que se dizem hostis à corrupção. Não são os fatos assim tipificados pela legislação, mas a simpatia ou adesão aos seus agentes que ditam a preferência. Admitamos, apenas para argumentar, serem todos os políticos farinha do mesmo saco. Essa é uma perspectiva de ordem absolutamente pessoal, de pouca utilidade para o processo eleitoral em se tratando da res pública. Assim, sempre convirá enxergar no meio do caos propositalmente elaborado, qual a prioridade do momento e o que faz dela o foco desejável de nossas atenções. Prioritário, hoje, para qualquer cidadão que merece este qualificativo, é defender a democracia. O resto não passa disso - é resto.

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