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À brasileira, holocausto

Nossos olhos nem precisam

ser azuis

tez amorenada cara de índio

caboclos é o que todos somos

composição cromática

ameríndios gestados nos trópicos

empenhados em replicar sob o equador

costumes hábitos distópicos

desejo permanente

irreverente persistente

de alcançar o fausto

nem que seja afastados do raciocínio lógico

em meio à fome à dor

em cena tão dramática

preciso for promovendo novo e próprio

holocausto

já sem fornos pelotões de tiro

ou apertadas câmaras

obra construtora de constrangimentos

e gênios

diferente não tem sido o destino

dos que por vírus ou carência de oxigênio

dispensam Treblinka

não precisam conhecer Dachau

de Auschchwitz querem distância

fazer o mal não é para quem brinca

nem mesmo se feliz a circunstância

sequer a cruz nos faz distintos

mostrando-se grega tau alçada

bizantina sendo ou talvez

a dos arcanjos

variada se de Jesus ou dos apóstolos

variedade também na escala cromática

escalada maldita e dramática

lembrando sacrifício nunca visto

rememoração a todo instante percebida

de um homem a quem se chama Cristo

em cujo nome é mostrada

toda força e reverência

genuflexos diante

da suástica.

Manaus, 22.fev.2021

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