Se não fores
ser narcísico
em seu próprio umbigo
amarrado
ouvires ecos
terríveis sons
pelas lúgubres cordas
da morte entoados
tiveres olhos
lágrimas vertidas
frente a milhares de corpos
violados
tuas narinas aspirantes
sem sonho ou delírio
aterrorizante indesejável
odor de lírios
a boca ignorante
sem saber gosto de mel
foge do mar sensaboroso
sabendo a mal
mergulhado em pestilento
fel
faze-te humano
seja embora carga pesada
desestimada malquerida
rejeitada
aconteça pelo menos
uma vez
naquilo que
sem saber sem sabor
tu chamas
Vida.
Manaus, 25.01.2021
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