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Restos

A carne

assada segundo a

preferência dos convivas

apetite voraz

sabor antecipado

de gozo

estardalhaço

alardeando franca e abjeta

algaravia

vazias as ruas

desertas de oxigênio

uti’s enfermarias

prato feito de gritos

impropérios ofensas

atados com ignóbil

covardia

fornecedores pressurosos

abastecem

trágico armazém

só por um nome

chamado:

cemitério

hostil a todo bem

além do mal

onde nada é

levado a sério.


Dos crimes que sabemos

todos repetidos

persistentes planejados

sem que se saibam

ao certo quais as penas

se esquecidas ou aplicadas

desconhecemos o tamanho

às famílias de hienas

acompanhantes reunidos

em trágica alcateia

fanatizada


Tragédia e festa

contemporânea realidade

tão surreal sua atualidade

confunde mentira e verdade

fazendo crer

ser só maldade o

que inda resta.


Mães de seus filhos

despojadas

arrebentados rebentos

seguem à cova

ausente nos corações de

vis coveiros

pejo servido à mesa

dos bem-amesendados

deixando à morte os sem-convite

covidados


No harpejo

dessa lira delirante

na churrasqueira

sobre a brasa crepitante

dignidade esperança e vidas

incineradas.

Cinérea a cena

nenhum coração mais

amolece

na dureza de quem sabe

cultivada

sem que haja algum

que se enternece

muito menos alguém

que se estarrece.


Trágica a cena

na moldura do cenário

em que pese a lira

à corda solta

tristes acordes

macabro ritmo

pauta desenvolta

qual doença que a todos

consuma

traz-nos à mente

longo o calendário

ainda que nos falte

à vista a bela

Roma

ao comando um maldito

incendiário.

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