top of page

QUANDO A PEDRA-MOURO E A PEDRA-GENERAL SE ENCONTRAM


José Alcimar de Oliveira *


(...) sempre me movo em contradições dialéticas (Karl Marx)


01. O dia é 05 de maio de 1818. Suspeita nenhuma havia de que a partir dessa data a matéria, cansada de tanta transcendência mistificada, entraria, enfim, em modo emancipatório e imanente de descompressão dialética, e daria ao mundo o maior entre todos os mestres da suspeita: Marx.

02. A burguesia, parasitária e em ritmo de folgada e contínua ascensão, continuava eufórica e crente de que nada abalaria sua meteórica taxa de sucesso. Estava segura de que o controle material e ideológico sobre a classe trabalhadora jamais escaparia de seu férreo e crescente domínio.

03. Movida pelo otimismo da razão instrumental, armada com os dispositivos da ciência e da técnica, a burguesia não dava lugar à dúvida. Com insaciável ganância apoderava-se de forma infrene e veloz das duas formas de toda riqueza possível: a terra e o homem, dito no Capital de Marx.

04. Com sua mão dita invisível, mente ociosa e mesquinha, a burguesia punha em marcha um esquema nunca visto de expropriação de vida, tempo e trabalho de mulheres, homens e crianças. Numa luta desigual, o mundo dos vivos proletários dobrava-se à arrogância da poderosa burguesia.

05. Mas no meio do caminho da burguesia eis que aparece uma pedrinha feita de matéria histórica e dialética, que passa a incomodar sua pisada predatória. E a pedrinha se fez pedra, sempre nutrida em seu devir pelo movimento da contradição e da práxis.

06. Como no jogo dialético da história do ser social até as pedras se encontram, a pedrinha primeira, nascida em 05 de maio de 1818, já em estado de maturidade, encontra-se com outra pedrinha, também madura no devir da crítica, nascida em 28 de novembro de 1820: Engels.

07. A pedra-Mouro fez parceria com a pedra-General. Desse encontro alegre e providencial para a classe trabalhadora nasceu a mais longa, crítica e fecunda parceria militante e intelectual já registrada pela história. Daí em diante nunca mais a burguesia pôde abstrair pesadelo ao seu leito de sono.

__________________________________________

* José Alcimar de Oliveira é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas, teólogo sem cátedra, filho do cruzamento dos rios Solimões (em Bela Vista, Manacapuru, AM) e Jaguaribe (em Jaguaruana, CE), base da ADUA Seção Sindical e eleitor da CHAPA 1 nas eleições para a Diretoria do ANDES-SN nos próximos dias 10 e 11 de maio de 2023. Manaus, AM, cinco de maio de 2023, no dia do nascimento do Mouro de Trier.


 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Um adeus à Chachá, a sultana dos seringais

Em:  17 de Novembro de 2025 TAQUI PRA TI · “ O sol nasceu quando era esperado e desapareceu quando chegou a hora”  (Chachá. Banquete de Lendas. 2017).   -   O Amazonas vai tremer quando “A Sultana do

 
 
 
Violência de parte à parte

O sociólogo e professor Marcelo Seráfico comentou ontem, em Manaus Pensa Rotina, da rede BandNews/Difusora do Amazonas, o massacre de 121 pessoas, no Rio de Janeiro. O link abaixo, clicado, levará à p

 
 
 
Amazônia repercute

Amanhã, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Estado do Maranhão - UEMA, será lançada a obra coletiva Vozes e Ecos à COP30. É a contribuição de estudiosos da Região, reunidos no Núcleo de Est

 
 
 

Comentários


bottom of page