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Indesejo

Não!

Não são burras

as bombas que

matam velhos

crianças mal-nascidas

filhos no colo

mãos ensandecidas

cabeças armadas

produzindo

mães despedaçadas

desprotegidas

solos de ninguém

mundo deixado a

construir

em iminente

além...


Não!

Não há balas perdidas

Perdem-se, sim!

necessárias e promissoras

vidas

desesperadas dissolvidas

esperanças em

acelerado

fim


Não!

Nem todos estamos

perdidos

há os que

remanescem contemplados

mesmo se recém-inseridos

corpos

imóveis

futuro paralisado

lágrimas morte dor

constituindo infeliz e trágico

achado.


Não!

Não é esse

o mundo com que

sonho

em sobressalto

apenas me entristeço

me envergonho

me dói saber

quanta força tem o

mal

então, proclamo

a plena voz

o que todos deveriam

tal e qual:

Não! Desses eu não quero

ser igual!


· Logo após ver imagens de novo ataque a alvo civil, na Ucrânia.


Manaus, 09-03-2022

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