Há-de gratificar
multidão em rebanho
transformado
transfornada aos gritos
“mito, mito, mito!”
o grotesco da cena
os convivas
abutres distraídos
carniça facilmente
conquistada
nos pratos postos
dispensada a prataria
belo repasto
lembrando gado
em farto pasto
alvoroço alegria
gritaria
mais dantesca
ao próprio autor
assustaria
cérberos festejavam
em sua febre
infernal cenário
safra infeliz
qual covil
onde a covid em
convivência
mórbida maldosa
se empanturra com números
sem alma
corpos de vida
desarmados
sobrevivência putrefata
fedendo em mentes
desalmadas
faltas de sonhos
amizade
esperança
onde o amor
açoitado pela
tempestade
não vê a hora
de chegar ao que
seria
fatal bonança
de outra fatalidade
ela se nutre
voraz o apetite
subalterno
do abutre imaginando-se
eterno
perspicaz longe do solo
exercício atroz
feito com dolo
o que seria o céu
no mais profundo
inferno
Não sendo montanhas
mas o monte apenas
excrementos saem daquela
boca
em sucessivas cenas
ditas com ares
de divino sacramento
ofensa desvario
o impropério
refestelado no conforto
dos salões
fonte e origem
de tanto sofrimento
onde a paz
cede lugar
a vis vilões
satisfaz
como aos ciprestes
e seus lamentos
ambiente comum nos
cemitérios
Aprestam-se braços
puxam-se mangas
em camisas aflitas
afoitas esperanças
expectativas alimentadas
pela Cência
porque essa foi é e será
a sua sina
mais uma vez o
combate à ignorância
defronta-se com sanha
transparente
assassina
resistente eficaz
remédio
que vence o vírus
e os vermes elimina.
Manaus, 29 de janeiro de 2021
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