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Auto-flagelo

Na esquina

papéis amassados sebentos

amarfalhados

as mãos do homem

de olhar furibundo

a gritar verdades

atribuídas a um deus

feito de ódio

posto em vingança

à traição de Belzebu


um auto-flagelado


Surdo

- quem sabe?

aos sentimentos e valores

e sonhos

daquele que pregou

em Nazaré

incômodo aos que

não ouvem nem querem

ouvir

o Homem o Mundo a Vida

tal como ela é


Não era de sal

que salga a terra

e faz próspera a colheita

embora em água bastante

diluído

a face rubra do

sol quase escaldante

a maltratar o coração

mais que o ouvido


Urgia dar o seu

recado

apavorante odioso e odiento

como se fora purgação

de um pecado

a seu talante instituído

sendo ele contudo

o possuído

nada mais que um

pobre danado.


Manaus, 13-10-2022

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