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Uma performance

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Percebo que a complexidade de certas manifestações artísticas acabou por encontrar um nome capaz de identificar algumas de sua representações. Extrapolando o elenco de artes consagradas, cada qual com seu espaço e caraterísticas próprias, o espetáculo levado ao público é chamado performance. Nele se vê a sequência de expressões em linguagem variada, tornando vão o esforço de classifica-lo como teatro, cinema, pintura, canto, arquitetura etc. É uma performance, e pronto! Inimaginável seria ver esse tipo de espetáculo envolver protagonistas absolutamente desprovidos dos talentos dos verdadeiros artistas. Menos, ainda, alguém seria capaz de prever uma tragicomédia apresentada em território estrangeiro, com elenco cujos integrantes provavelmente nunca se aproximaram de um local que se preste à arte. Do teatro de rua se sabe, sobretudo porque a contribuição de Augusto Boal ainda não está de todo esquecida. Quase já não se veem espetáculos circenses, a despeito do esforço que os amantes desse tipo de arte vêm desenvolvendo. Deles, o mais notório é o ator Marcos Frota, sem que se esqueça do professor pernambucano Antônio Nóbrega. O talento desses amantes da arte, ao tempo em que ensina, diverte e marca a memória dos que os assistem, enriquece-nos. Não é o caso da mais recente performance, levada a uma das mais importantes cidades do Mundo, no país mais rico e poderoso – belicoso, também – da Terra. A reunião do Presidente da República do Brasil, em uma calçada na cidade de Nova Iorque, as mãos sujas de catchup e maionese e as mentes de outras porcarias, não passou disso. Uma espécie de celebração da brutalidade e da morte de quase 600 mil pessoas. A forma encontrada – a única possível dentro das atuais circunstâncias- para mostrar ao Mundo a realidade de um país até pouco tempo muito bem conceituado na sociedade internacional e respeitado pelas demais nações. Completou a inverossímil cena de rua a intervenção do representante brasileiro na Assembleia Geral da ONU. Peça muito adequada ao repertório levado pela corte republicana e seus bobos.

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