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Uma entrevista, muita reflexão

Nem o incômodo causado pelo sotaque do ianque-brasileiro Mangabeira Unger me impediu de ver/ouvir entrevista por ele dada ao Antagonista. No passado, talvez não teria ouvido aquele professor, de início pela imagem que tenho dele; depois pela duração da entrevista, mais de 70 minutos. Se o tempo não chega a ser totalmente e em todo caso o senhor da razão, pelo menos merece de nós maior atenção, dependendo da duração de nosso convívio com ele. Acho que isso fez com que eu acompanhasse o ianque-brasileiro até o final de seu encontro com o jornalista. Pode-se de logo supor que não me tornei um defensor das ideias que ele explicita e a favor das quais advoga. Mas ao final, constatei que parte do que ele diz merece cuidadosa apreciação, assim como há afirmações e correspondentes pressupostos dignos de rejeição. Trata-se, em todo caso, de posições no mínimo discutíveis. Como tudo na vida, diriam os mais céticos e irônicos. Tenho a impressão de que as sucessivas perguntas do entrevistador tinham mais o propósito de provocar o entrevistado, esta, talvez, a principal e dignificante função de um jornalista que mereça tal título. A começar pelos temas, todos eles aptos a despertar o interesse dos que desejam saber dos problemas do País e de como eles são vistos e tratados pelos estudiosos. Tenham quais forem as imagens que residem em nossa própria cabeça. Beber na fonte sempre será melhor que receber informações que já passaram pelo crivo de terceiros.

Amplo, interessante e oportuno, o cardápio de temas e assuntos pode ser resumido ao seguinte, sem intenção exaustiva: as políticas de compensação; o tratamento dispensado por sucessivos governos ao Nordeste e à Amazônia; o Brasil Central e o agronegócio; as florestas heterogêneas tropicais e as florestas homogêneas temperadas; a Zona Franca de Manaus e alternativas para a economia da Amazônia; novo paradigma de produção e as economias includentes; colonialismo mental e o confronto esquerda/direita; as aspirações pequeno-burguesas e os governos; a ascensão dos evangélicos na Política nacional; as políticas identitárias; as forças armadas e seu papel; novas formas de governo; o Poder Judiciário e suas funções.

Deixo de comentar tudo quanto disse Mangabeira Unger, porque creio que uma boa discussão é necessária. Enviei antes o material apanhado na fonte para alguns dos meus mais frequentes e sábios interlocutores. Isso me ajuda a aprender.

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