Um rol ameaçador

O resultado da eleição municipal de 5 deste mês tem tudo para alimentar interessados na descrição da sociedade brasileira. Se houver interesse e fôlego, os pesquisadores sociais, em especial, estarão diante de um prato cheio. Alguns órgãos de comunicação deram pequeníssima, o que não quer dizer irrelevante, amostra da participação inacreditável de candidatos que deveriam esforçar-se por esconder-se, ao invés de expor-se. Muitos deles, réus em processos instaurados pelo cometimento de crimes da mais variada natureza. Há desde infratores de leis e normas regulamentares de proteção ambiental, tanto quanto acusados de crimes contra o patrimônio público e particular. Não faltam denunciados por crimes contra a vida. Os delitos que ofendem a honra de terceiros não estão ausentes, facilitados muito mais pelas redes antissociais. Por limitada e divulgada como simples amostra, a lista tem muita chance de ser enriquecida, se a vida pregressa dos eleitos tiver o foco e a atenção dispensada aos que não se elegeram. Já é bastante, todavia, saber dos poucos mencionados, para supor que de igual índole podem ser muitos dos prefeitos e vereadores eleitos. O que basta para concluir pela triste descrição de nossa sociedade. E refletir sobre o velho e quase esquecido ditado: todo povo tem o governo que merece.