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Tô fora!...

Faz muito tempo, escondi meus parcos conhecimentos da Economia, usando um artifício. Isso é o que devem pensar de mim os que um dia o testemunharam. Não admito, há mais de duas décadas, participar de qualquer debate, discussão ou conversa descompromissada sobre nossos problemas econômicos, ignorando as desigualdades em que nos tornamos campeões mundiais. Da inflação, então, passo a quilômetros de distância, A despeito de ver roída parte dos meus ganhos, quando ela se instala no País e passa a dar as cartas. Começar pelas consequências, qualquer que seja o problema, não conduz a bom resultado. Pelo menos, e no caso do Brasil, para os perdedores de sempre - os que vivem do próprio suor e não têm como transferir impostos para terceiros. Essa posição responde, em grande medida, pelo meu aparente afastamento do terreno onde se simula discutir a mal chamada reforma tributária. Ainda agora, percebo de um lado ou do seu oposto no espectro político, comentários e opiniões sobre a intenção do governo, em mexer na política tributária. A intenção transparente volta-se a propiciar maiores ganhos ou menores perdas aos que sempre ganharam mais. Sem eles, dizem os arautos da extinção dos pobres, não haverá emprego para os que precisam. As propostas, assim orientadas e conduzidas, parecem envolver as finanças e a economia da Finlândia, não do Brasil. Qualquer calouro do curso de bacharelado em Economia sabe que os tributos foram criados tendo em vista, sobretudo, o que se tem chamado Justiça Fiscal. Nesse caso, e para não fugir ao jargão dos burocratas formados nos templos sagrados de Harvard, Chicago e Berkley sob o patrocínio do neoliberalismo, a regra máxima, cláusula pétrea poderiam chama-la outros é: de cada um segundo sua capacidade, para todos, segundo sua necessidade. Olhem-me nos olhos os arautos da desigualdade e me digam se é isso o que pretendem os "reformistas"! A quem espera ver alterada a paisagem social do Brasil e aposta o último tostão furado nas propostas do governo, aconselho informar-se sobre Lampedusa.

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