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Testemunho e Poesia

Do prefaciador, Professor de Teoria Literária da UNICAMP e dos mais importantes críticos literários brasileiros Márcio Seligmann-Silva, as palavras iniciais no mais novo livro do editor deste blog:

O ensaísta, professor e poeta José Seráfico, neste Nada é (ou será) tão feio, não deixa dúvidas quanto ao fato de que a humanidade e a nossa frágil vida são compostas do mais feio – e do mais belo. A poesia que lemos aqui emana daquilo que resta de humano após ele passar pela destruição e pela violência mais radicais. As vozes que escutamos aqui, de sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, foram captadas primeiro pela escritora prêmio Nobel Svetlana Aleksiévitch em seu poderoso livro As últimas testemunhas: Crianças na Segunda Guerra Mundial. O projeto literário de Aleksiévitch é o de coletar as ruinas da Modernidade, aquilo que restou de um processo profundamente ambíguo de “progresso” que, como um dispositivo de aniquilação, produziu e ainda produz milhões de mortos. Na Modernidade, nunca tantas vidas foram poupadas (devido aos avanços medicina, pelas políticas sanitaristas, por novas técnicas no campo da alimentação etc.), nunca tantas pessoas foram brutalmente violentadas, aviltadas e assassinadas (por guerras, pela fome, por pandemias, por políticas genocidas, por golpes de Estado sangrentos, por catástrofes socioambientais, por ódio racial, ódio de gênero, fanatismo sectário, negacionismos etc.).

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