Doze foram os votos dados à proposta de cessar o fogo do governo de Israel contra o povo palestino. Desta vez, não se repetiu o veto do governo norte-americano, quando o Brasil na Presidência do Conselho de Segurança da ONU apresentou igual proposta. Além dessa coincidência vale a pena observar certa diferença entre os dois momentos. Sem que em qualquer deles tenha sido menor o número de mortos e o volume de sangue derramado, a sociedade mundial e alguns dos governos mais sensíveis aos riscos corridos parecem ter mudado de posição. Da indiferença, à participação, no caso das populações; da cumplicidade ostensiva à crítica envergonhada dos governos. Até mesmo o governo dos Estados Unidos da América do Norte, depois de ter derramado bilhões de dólares nos cofres israelenses, passou a achar exagerada a ação de Benjamin Netanyahu e seus ensandecidos apoiadores de direita. É certo que as armas fornecidas pela belicosa nação do Presidente Joe Biden e outros Estados europeus ainda não cessaram de chegar ao arsenal de Israel. Enquanto isso, jovens israelenses convocados para o serviço militar se têm negado a combater os palestinos. E qualquer outro povo que o governo ultradireitista de lá decida atacar. As sucessivas e ecumênicas manifestações realizadas em importantes capitais, Mundo afora, vão isolando o governo de Netanyahu. Ainda mais, quando o Primeiro-Ministro de Israel visita locais em que a destruição de Gaza se mostra mais evidente. As imagens mostram um governante quase sorridente, diante dos escombros que as ações sob seu comando e direção provocaram. Resta analisar com a necessária isenção e o indispensável discernimento se Netanyahu e seus cúmplices modificarão conduta que se fez frequente durante o largo período que vai da guerra dos seis dias até agora. Nesse lapso de tempo, o governo de Israel sempre deu de ombros para todas as decisões e recomendações do Conselho de Segurança da ONU. Até o ponto em que se sentiu autorizado a promover o genocídio e a expulsão dos palestinos do território que tradicionalmente ocupam. Como se a destruição de Gaza e o extermínio dos palestinos assegurasse o impedimento total da criação de um Estado, consolidado em território próprio e seguro. Penso que o tiro pode sair pela culatra. Basta que a sociedade mundial amplie a repercussão das manifestações, os produtores e vendedores de armas e a cadeia econômica por eles mantidas contenham seus (maléficos) propósitos e os media ganhem um pouco mais de bons sentimentos, para frustrar totalmente o objetivo que só Benjamin Netanyahu e seus comparsas ainda alimentam. Vejo nos doze votos que aprovaram a proposta de cessar-fogo uma coincidência importante. Mesmo lamentando a conduta do Hamas, que de certo modo faz despertar a ferocidade e a animalidade dos governantes atuais do país dos judeus. Estes, como seres humanos, também darão as respostas que merecem os ditadores, em especial os que a hipocrisia chama de democratas... Que em alguns deles se ache uma mínimo quinhão do que conheço por oásis de honra.
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