Os fatos, pior para eles! Essa é expressão atribuída a político brasileiro para o qual a versão (narrativa, como se diz nesta época de tanto lugar-comum)sempre será melhor que o fato em si. Como o vemos, não como tudo ocorreu. Mesmo os escrúpulos, se ainda os há, devem ser ignorados. Sua manutenção imporia a verdade, o que nem sempre é bom para alguns. Apoio-me no coronel Jarbas Passarinho, com destacada participação na decretação do Ato Prostitucional (assim o chamava meu advogado, Alarico Barata) número 5. Aquele que aplicava a pena de morte aos dissidentes, em nome da democracia e do estranho cristianismo que se pretextava inspirá-la. A recusa em falar de coisas mais do que sabidas, e não apenas pelos antecedentes e vínculos dos depoentes. ou os que o seriam caso rompessem o silêncio. Uma forma de prostituição conceitual, eis que não se refere à pessoa do convocado pela CPI do Senado, mas à verdade em cuja busca se empenham os senadores. Nem todos, pode alguém objetar! Sim, mas isso também faz parte do jogo democrático. Da atuação de muitos dos convocados e de sua importância no esquema bilionário de corrupção investigado, muito já se sabe. Por isso, o silêncio é dotado de enorme eloquência, a repercutir sobre a sociedade e só não a deixando mais perplexa pelo que tem ouvido de outras bocas, canais projetores de vocabulário escatológico e monstruoso. Tanto quanto trágico, a violência verbal assemelhando-se à virulência responsável pela perde de mais de 530 mil vidas. Bela parceria! O que a boca diz, o silêncio amplia. O que a má palavra oferece, a mudez destaca. Enfim, uns mandam, outros - é simples assim, não é? - obedecem. Os que têm seus totós de estimação conhecem bem destas coisas.
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1 Comment
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Não tenho mais certeza acerca da capacidade de indignação da sociedade. Parece que as questões pessoais são as catalisadoras desse sentimento.
Valores universais parecem não contagiar o espírito e promover a boa rebeldia de uma grande parte da população.