Enquanto a PF e os curiosos de toda natureza tentam entender quem fala a verdade e quem mente, no episódio que envolve as famílias Moraes e Mantovani, dou-me outro tipo de consideração. Incomodam-me mais as razões que levaram o Ministro do STF à Europa, pelo que isso influencia a apuração dos fatos e a credibilidade dos pretextos e argumentos que começam a vir a público. Não aconselho ninguém a remover ou superar a curiosidade ou interesse, seja esse qual for, despertada pelo caso. Apenas pretendo trazer à baila aspectos que entendo relevantes para avaliar o peso dos pretextos, justificativas e argumentos (narrativas também, por que não?)que envolvem a apuração de que se ocupam as autoridades policiais. Quando os magistrados reservavam-se o direito e aproveitavam o privilégio/dever de manifestação exclusiva nos autos, ocorrências como a que se registrou no aeroporto de Fiumicino eram mais raras. Juízes de qualquer nível não achariam normal participar de eventos patrocinados por empresas ligadas a fatos cuja legalidade está sub judice. Há os que dirão nada ter uma coisa - o incidente entre as duas famílias, no aeroporto - e outra - a presença do Ministro Moraes na Itália. Os que pensarem assim, certamente nunca ouviram ou leram o que se disse acima: juízes falam apenas nos autos. Agora, é frequente aplicar-se tal expressão apenas quando os repórteres e as câmeras aproximam-se do veículo em que a autoridade judiciária é transportada. Com a agravante de que tem frequência superior à admitida sua exposição diante das câmeras de televisão, aqueles 15 minutos de glória que eles todos têm multiplicados, pela própria excelsitude da função que exercem. O fato de Alexandre Moraes ter participado de encontro financiado por uma empresa denunciada por prática ilegal em nada altera a agressão que ele teria sofrido do casal Mantovani. Que enfraquece a credibilidade do magistrado, disso ninguém pode duvidar. Por isso, tanto quanto todas as providências que a Lei abriga devem ser usadas para chamar à responsabilidade os agressores, seja alguém dos Mantovani, seja alguém dos Moraes, devem ser apuradas a legalidade e a moralidade da conduta do Ministro do STF. Caberia melhor na literatura do caso que ele tivesse como palco a cidade de Verona. Os Montecchio de um lado; do outro, os Capuletto.
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Todos merecem reprimendas