Em uma guerra, qualquer guerra, não há inocentes. A coisa mais feia que o homem é capaz de criar e promover, o conflito armado põe em xeque o conceito de civilização. Primeiro, porque compromete o conceito de livre arbítrio que se diz privilégio do animal autointitulado superior. Tal privilégio traz consigo o compromisso com o destino não apenas dos seres humanos, pois o de sua casa - a Terra - também deve ser contemplado. Depois, tendo na vontade, não no instinto, o traço que a faz diferente dos outros animais, a espécie humana - e só ela - dispõe da Politica como o espaço onde o exercício da vontade se efetiva. E, como se sabe, a guerra é a maior inimiga figadal e irreconciliável da Politica. Por último, os sacrifícios impostos às populações, durante e após qualquer conflito bélico, além da perda de vidas humanas, traz consigo outras pesadas sequelas. Estas, de ordem econômica, psicológica e existencial. Se a guerra não é fenômeno da natureza, é à vontade do Homem que deve ser atribuída. Alguns dirão em seu próprio favor que só os governantes levam as nações aos campos de batalha. Poucos se perguntam quem atribui e sustenta o governante no poder. É certo que sem riscos difícil se torna derrubar governos tirânicos ou incompetentes. E o egoísmo sempre aconselhará unir- se ao poderoso. Não podemos descartar a legitimidade de o altruísta preferir o sacrifício de todos, que só o da maioria, em benefício da ínfima minoria dos que governam. E dos que a eles se acumpliciam. Por isso, na guerra não é admitido qualquer tipo de inocência.
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