Foi-se o tempo em que subversivos eram os que, ansiosos por resolver todos os problemas do Mundo, arriscavam-se a sofrer violências de toda ordem. Em geral, promovidas, financiadas e executadas por agentes do poder público, sempre com a cumplicidade de boa parte das elites nacionais. Foi preciso viver quase 8 décadas, para testemunhar outro tipo de subversão, aquela cujo propósito é ir muito além da tortura antes praticada, das sevícias infligidas, da morte praticada na escuridão. Nos porões de órgãos financiados com o dinheiro do contribuinte, com instrumentos oferecidos por empresas ou indivíduos integrantes das elites. Pretende-se, agora, com a ação de muitos dos mesmos protagonistas, agora aliados aos que aproveitavam a sombra para preparar-se, ir muito além. Já não basta contribuir para a morte de quase 620 mil seres humanos. É preciso prosseguir na trágica empreitada, seja pela omissão proposital, seja pela ação nefasta que se sabe própria dos mais selvagens dos animais. O rompimento da ordem pública passou das mãos dos traficantes encarcerados; a tortura contra os membros dessas quadrilhas deixou de ser característica dessas greis e passou a ser instrumento do ódio e do cotidiano dos novos subversivos. Não sem que antes eles o tivessem proclamado. A tortura e tudo quanto ela determina no espírito humano nunca deixou de ser estimulada, defendida e proclamada, ao ponto de fazer-se bandeira de luta. Nesse ponto, sejamos justos: não há qualquer coincidência capaz de explicar tudo a quanto damos nosso testemunho, neste Brasil 2021. Trata-se do mesmo sentimento que animou Adolph Hitler e Mengele, Eichmann e Goebells, que pensávamos ter derrotado nos campos da Europa. A morte, assim, chega por atacado e segue adiante, eliminando corpos , corações e mentes, levando consigo a esperança sem a qual impossível ao ser humano viver com dignidade. A tal ponto, que votos de FELIZ ANO NOVO parecem pilhéria desferida contra seus destinatários. Mesmo assim, algum resto de dignidade há de bastar para reacender as chamas do sonho que cochila em cada ser merecedor da pecha de humano. Acordemos dia 1 de janeiro de 2022 sob o vento que a América Latina já anunciou!
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