Selo e divisa

Está comprovado. Tudo quanto a CPI da covid-19 já apresentou em suas sucessivas sessões basta para evidenciar práticas criminosas realizadas ao amargo sabor da morte de centenas de milhares de brasileiros. Não é apenas a rede de corrupção, nem a falta ou desvio do oxigênio que teria poupado vidas em Manaus que descreve o assombroso quadro. Todas as vezes (e onde quer tenha ocorrido) em que as regras recomendadas pelas autoridades sanitárias foram negligenciadas, o vírus mostrou-se mais ativo. Em muitos casos, contando com a cumplicidade dos que dão pouco valor à vida, em especial a de terceiros. Afinal, todos um dia estaremos mortos, como diz um dos mais destacados arautos da morte. O relato dos procedimentos atribuídos à Prevent Sênior acrescenta informações que talvez o dr. Mengele (o Anjo da Morte, na Segunda Guerra, lembram-se?) chegasse a invejar. Esse, porém, é um só dos lados do terror. Outro, de alguma forma patrocinado pelos mesmos valores e por entusiastas da infame , também é coberto pela prevalência do dinheiro sobre a Vida. Refiro-me à anunciada realização de eventos-testes (assim mesmo eles têm sido chamados por seus promotores, defensores e – não usemos eufemismo – cúmplices). Se os outros experimentos ocorreram nos campos de concentração nazistas e, nos dias que correm, em estabelecimentos supostamente voltados à cura de doentes, a experiência eventual traz o mesmo selo e a mesma divisa – a economia antes que a Vida.