Salvo engano, foi Fernando Henrique Cardoso quem inventou a expressão mimimi. Ele classificava assim qualquer comentário ou crítica que não agradasse ao ego exacerbado de que é portador. Depois, muitos dos seus seguidores ou próximos passaram a usar a expressão, de que se têm valido também os atuais liderados pelo ex-capitão excluído das forças armadas, sem renúncia aos valores que o mantêm ativo e mandando. Depois de considerar gripezinha a pandemia que já matou quase 700 mil brasileiros, transferir boa parte do patrimônio público nacional, desmantelar a máquina de serviços públicos, impor sacrifícios aos trabalhadores e patrocinar a volta da inflação, o Presidente da República pensa encontrar em outros países sustentação para a necropolítica por ele adotada. Embora vivendo atividade parlamentar desde o favor recebido de um tribunal militar, apresenta-se como apolítico. Talvez uma forma de negar sua condição humana que faz da Política o espaço mais próprio à manifestação e expressão da vontade individual e coletiva. Os fatos que provoca ou de que participa tendem a confirmar isso. Há mais de trinta anos exercendo mandatos conferidos por eleitores do Rio de Janeiro e do País, agora ele acha de atribuir à urna eletrônica defeitos e debilidades que todos os órgãos de controle cansam de negar. Pior, tenta fazer das forças das quais foi supostamente excluído a defesa de sua absurda e desonesta tese. Ainda ontem, reuniu dezenas de embaixadores estrangeiros no Planalto, par queixar-se das falsas fragilidades do equipamento eletrônico. Se não levou àqueles perplexos diplomatas qualquer novidade ou coisa diferente das fake-news de seu gosto, pode ser entendido como réu confesso em relação aos mandatos sucessivos que obteve. Fosse um outro político, de outro partido, a tecer comentário esclarecedor de alguma das muitas falcatruas que à sombra do poder têm sido feitas, certamente ele, como FHC, diria tratar-se de mimimi. Como poderemos chamar agora essa recorrência, não ao bispo, porque nem estes que controlam monumentais estabelecimentos ditos religiosos estão mais para conversa, mas a representantes de outros países?
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