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Se não é crime...

"Quero que Lula morra" - foi com essa expressão que o relator da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados desnudou-se perante a nação. É de admitir a existência de numeroso grupo de brasileiros que não viu novidade alguma na criminosa proclamação de ódio do parlamentar. Nem dentre os que são, por força do posto ocupado, levados à convivência com tão deslustrada personagem; nem os que, comungando de seus propósitos, concederam-lhe o mandato, pode-se imaginar alguém colhido pela surpresa. A maioria dos brasileiros, contudo, só terá reduzida a perplexidade porque o estimulador de crime contra a vida não é o primeiro integrante das instâncias políticas que revela tão perverso e trágico objetivo. Não tem sido outra a pregação dos que se sentem incomodados com a democracia e tentam a todo custo travar o processo constitucional em curso. Nossa história recente diz disso. Antes do policial investido da prerrogativa de relatar projeto de Lei sobre a segurança pública, houve até quem, chefiando (?) um dos poderes da república, ostentava armas e ensinava a crianças do colo como manejá-las. Toda a nação viu tais cenas, ora sob o aplauso dos devotados à causa da morte; outros, aparvalhados diante de tanta desfaçatez e exagerado desamor à humanidade. Chama-se Gilvan Aguiar Costa e pertence ao PL (o lugar mais adequado para ele) do Espírito Santo (um paradoxo a mais) o policial-parlamentar que expressa, como ainda não tiveram a coragem de fazer os terroristas de 08 de janeiro de 2023 e seus sequazes, o talvez principal propósito dos ataques aos órgãos representativos da república. Enquanto muitos de seus comparsas da bancada da bala tratam de impedir o atendimento de toda a população por uma segurança pública em que possam confiar, ele tenta credenciar-se a posição de ainda maior relevo, possibilidade que seria aberta se o imoral e perverso PL da anistia fosse aprovado na Casa para onde foi guindado. E onde certamente vê seu futuro, certo de que a organização de onde procede, a Polícia Federal, já não lhe pode aceitar, uma vez cumprido o mandato. Ao contrário, é de se esperar que a PF promova a necessária apuração de sua declaração delinquente, de cujo trabalho se alimentará o devido processo legal. É a oportunidade que a nação terá de ver posto em toda sua extensão o projeto de poder abortado pelas instituições democráticas, no oitavo dia do mal-nascido ano de 2023. O nome político (argh!) pelo qual é conhecido o arauto da violência diz muito, mas suscita mais necessárias e graves reflexões: Gilvan da Federal ele é chamado. Está-se por saber se, em sua atividade original ele estivesse, quantas mais violências seriam atribuídas a ele, defensor da morte dos que o desagradam. Como representante popular, ele já disse a que veio. Em alto e bom som. É preciso saber ouvi-lo. Submete-lo às investigações necessárias e legítimas, também. Processa-lo segundo as leis vigentes e lhe dar o destino merecido. Tudo dentro do devido processo legal, de que a população brasileira já se ia desacostumando, em missão quatrienal desconstrutora, felizmente estancada em novembro de 2022. Se o que o Gilvan da Federal (seus colegas ainda admitem sua volta aos quadros da PF?) cometeu não é crime, tudo pode acontecer sob o céu que nos cobre e coberto pelo manto do lábaro estrelado. O nome disso é barbárie.


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