Costumo afirmar que os capitalistas captaram (não é esta sua maior capacidade?) com mais atenção as palavras de Marx e Engels - Proletários do Mundo, uni-vos. Os resultados dessa atenção fizeram-nos antecipar-se à classe obreira, de tal modo o poder do capital expandiu-se, ganhou espaços cada dia maiores, e veio dar no que parecia impossível de ocorrer, ainda que haja os resistentes a essa ideia: a sociedade é parte do mercado, não o contrário. Em termos práticos, uma sentença resume a realidade: tudo tem seu preço ou o tosco entendimento de que não há almoço gratuito. Significa dizer que todas as relações sociais devem sujeitar-se à lei máxima do mercado - como se sabe, por definição da Ciência Econômica, o lugar em que oferta e demanda se encontram para fixar o preço. Assim, tudo e todos somos mercadoria posta à venda. São desdenhadas todas as outras formas de relação humana, desaparecendo por consequência os espaços antes destinados à religião, à cultura, à saúde, à política e à educação. Fiquemos só nesses âmbitos. Nos outros, submetidos aos dogmas mercadológicos, n ada se passa de forma diferente. Também é o que basta para lembrar episódio assaz exemplar do quadro acima esboçado. Traço-o, a partir da proclamação solene e oficial de ninguém menos que o Minsitro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, no ano 2019. Então, cioso de que a ironia é atributo da inteligência, o General Augusto Heleno cutucou o centrão, afirmando que, houvesse o grito pega ladrão não ficaria nenhum deles. Eles, neste caso, são os mesmos que cercam hoje o Presidente da República e o mantêm refém de seus pouco lícitos interesses. Quem sabe deveríamos ouvir um grito diferente, algo como Vou gritar traz o centrão!... O salão e os gabinetes logo ficariam cheios. Ficaram. Hoje, em multiplicação.
top of page
Posts recentes
Ver tudo1 Comment
bottom of page
entre picanhas, cervejas e mordomias, a aliança entre os militares e o centrão é um pacto de amoralidade.
O Estado corroído até sua alma (Estado de Direito).