Vexaminoso é o mínimo que se pode dizer do espetáculo promovido pelo Presidente da República, em salões do Alvorada, na última segunda-feira. O público presente e o local em que se reuniu fugiram à regra. O cercadinho onde se junta o rebanho fanático foi substituído por amplo espaço desenhado por Oscar Niemayer. Os espectadores, todos representantes de países estrangeiros, ilustraram a distância entre o cotidiano e aquela surpreendente iniciativa. Tanto, que ao final as duas tentativas presidenciais de arrancar aplausos dos convidados se viram frustradas. Gritos ensandecidos e destiladores de ódio não foram ouvidos, como não fora possível ao orador único ir além das mentiras de costume. Esse aspecto é destacado pela jornalista Miriam Leitão, que vê no Presidente um serial-killer. De tão reiterados, os crimes que sacrificam a verdade enquadram-no no tipo. Serial-killer ou delinquente ocasional, a classificação não altera o vexame a que nos submeteu o Presidente, diante de uma plateia tão diferente daquela a que se acostumou, desde cedo. Não são os bons modos que o inspiram, como se sabe desde quando desafiou a própria organização a que pertencia. Desafio, é bom dizer-se, respondido de forma inusitadamente criativa, com o desprezo pela hierarquia e a disciplina de que se gabam os aliados de ontem e hoje. A rigor, os de sempre. Nem se leve em conta, como agravante, o propósito que poderia levá-lo à penitenciária, se disciplina e hierarquia fossem realmente valores relevantes. Pode ser que a percepção de valores mais fortes o tenham deixado em paz, mesmo depois de esclarecido o objetivo apreciado pela Justiça Militar. O próprio Presidente o disse, sem rodeios ou falsidade: eu aprendi a matar. Coisa simples, quando um dia todos morreremos. Para ele, morte matada é igual à morte morrida. Ele contou - e se deu mal - que os diplomatas ignorassem sua vida pregressa. O que revela, mais uma vez, quão tosca sua percepção do Mundo e seu respeito ao mundo. Enfim, um vexame a mais, que não se espere seja o último. Mais aumente seu desespero, mais próximo estará o momento de enfrentar os agentes da instituição que ele tem tentado pôr sob seu absoluto controle - a Polícia Federal. Então, ele sentirá falta de Sérgio Moro et caterva.
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É o resultado de uma mente perigosamente desequilibrada.