Rumos

Depois da reaproximação entre Lula e Marina, tornou-se mais clara a trilha a ser seguida pelo próximo governo, se o líder petista for eleito. As emissoras de televisão mostraram quão amplo é o espectro político construído por ele. À mesa que dirigiu o encontro estavam desde o candidato a vice, Geraldo Alckmin, até Boulos, por muitos considerado da extrema esquerda. Um, tido por boa parte da esquerda como vinculado à reacionária Opus Dei, vertente ultraconservadora da Igreja; o outro, considerado profundamente vinculado ao MTST. De permeio, Meirelles, ex-candidato do PMDB à Presidência, que muitos supõem liberal apenas; Luciana Genro, mais à esquerda de seu pai, Tarso Genro, expressão de corrente das mais avançadas do Partido dos Trabalhadores; e Cristóvão Buarque, um conservador moderado, não mais que isso. Outro, Fernando Haddad, não é tripulante novo na mesma nau em que os outros tratam de ocupar o convés. A frente, talvez ampla em demasia, se arrefece em algum grau a expectativa de mudança significativa nas políticas públicas, parece a única em condições de impedir o golpe denunciado e a liquidação da democracia no País. Esta é a mais urgente prioridade a ser atendida.