Roberto Gomes Pedrosa na política
- Professor Seráfico
- 25 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Se os bichos brasileiros fizessem a revolução, não lhes faltariam inspiração e lideranças. Aqui e acolá, pululam os exemplos de irracionais não-bípedes que um dia disputaram eleições e se saíram muito bem nas urnas. Já se teve rinoceronte (Cacareco), chimpanzé (Macaco Tião), mosquito concorrendo a eleições, nenhum deles com votação que não lhes assegurasse o posto disputado. Seria até possível relacioná-los e mostrar que o antigo Torneio de futebol Rio X São Paulo, depois denominado Roberto Gomes Pedrosa, bem poderia tornar-se uma disputa política. Uma primeira fase do certame resultaria, dentre tantos espécimes concorrentes, na classificação da espécie animal credenciada a postular o título final. Pela frequência dos representantes do partido zoológico, e por seus resultados, São Paulo teria mais chances de apresentar uma equipe de quadrúpedes, de que o Macaco Tião seria a inspiração. Não que Ademar de Barros e Paulo Maluf, para ficar apenas nesses dois, fossem definitivamente tirados da lista. Neste caso, porém, não haveria ineditismo, nem que esses notórios políticos do passado fossem despidos de credenciais para enfrentar os da outra cidade. Nesta, o Rio de Janeiro, a chapa não daria vez aos animais de quatro patas, porque os bípedes revelam enorme potencial eleitoral. Tanto, que chegam ao Palácio Guanabara cercados de toda honra e toda glória, antes de encontrarem o caminho de Benfica, Bangu ou estabelecimento similar. Garotinho, uma quase dinastia, Sérgio Cabral, Witzel e Crivella teriam vaga cativa na chapa. Não esgotariam outros candidatos credenciados, aos quais ainda não chegou a luz do sol. E nem e sabe se e quando chegará, tamanho o árduo empenho dos que não se preocupam com outra coisa, se não a blindagem do seu círculo mais íntimo de comparsas. Também não se sabe se o sol quadrado por eles merecido os alcançará. Afinal, Papuda é tão próxima, e nem por isso...
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