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Resistir é preciso

Enquanto as pessoas não se derem conta de que a sociedade é uma construção coletiva, dependente da vontade de cada indivíduo, chacinas como a do último dia 28 de outubro se repetirão. Por isso, não basta derramar lágrimas, nem deixar o assunto cair no esquecimento, quando vidas são perdidas, seja qual for o que pensamos sobre os mortos. Também não basta, nem é justo, aplaudir os que mandaram e os que executaram os favelados, na capital fluminense. Em todos os casos, tratava-se de pessoas entregue aos cuidados do Estado, circunstância que aumenta a responsabilidade dos governantes e dos que obedeceram e executaram a operação. Assim, autores diretos e indiretos da chacina não podem escapar ao julgamento do único poder a quem todo cidadão deve satisfações: o Judiciário. No caso ora comentado, além da crueldade e da forma torpe como foi arrancada a vida de presumíveis 132 pessoas, contados os favelados e os agentes policiais, hão de ser devidamente julgados os que aplaudiram - alguns chegaram a festejar - missão tão abjeta. Ao que se sabe, a pena de morte não está inscrita em nenhum diploma legal em vigor. A Constituição Federal lhe é alheia, nenhuma outra lei a acolhe. Por isso, caberia a todo brasileiro que mereça ser chamado pessoa de bem, cobrar o devido processo legal, vendo nele o único instrumento passível de uso, neste trágico momento de nossa história. Sem isso, atesta-se o fracasso e a impotência do Estado Democrático de Direito. Se constituem minoria os que desejam ver o País mergulhado nas trevas por 21 anos percorridas, que a maioria se manifeste, sem cessar, até que as próximas eleições corrijam o rumo de nossa caminhada. Nada impossível ou difícil de fazer. Para isso, cada maior de 16 anos dispõe do direito de escolher seus representantes e governantes. Inadmissível é vê-los tramar para garantir sua própria impunidade, até chegar ao ponto em que mais de cem mortes são festejadas e dadas como uma vitória retumbante.

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