Resistência sempre
- Professor Seráfico
- 27 de set. de 2024
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O Ministério Público Federal interrompeu o processo que culminaria com a exploração de potássio em território indígena dos mura, em Autazes. A interrupção é a mais imediata consequência das suspeitas que pesam sobre a Potássio do Brasil, relativas a práticas ilícitas atribuídas à empresa. Denúncias levadas ao MPF alegaram da compra de apoio dentre membros da etnia mura, até fraudes relacionadas ao (negado) consentimento da maioria daquela população. Algumas lideranças dos mura teriam vendido seu apoio, mesmo se a maior parte da comunidade indígena discorda do projeto. Trabalho executado a pedido da UFAM a diversos pesquisadores, alguns do INPA, teria sido usado para outros fins, ignorados pelos estudiosos.
Tal documento teria sido posto à disposição da mineradora, em função de protocolo firmado entre a Potássio do Brasil e a UFAM. Pelo menos o cientista Jansen Zuanon, ictiologista aposentado do INPA, pediu a retirada de sua assinatura, por considerar desviado o uso do trabalho científico. O assunto agora pode seguir novo rumo, dada maior atenção às ameaças que pairam sobre a população mura, cujo território vem sofrendo o assédio dos interessados nas riquezas naturais, de que o potássio é, por enquanto, a cereja do bolo. A decisão do Ministério Público Federal dá força à resistência mura e isola os membros dessa etnia que aderiram aos interesses dos mineradores.
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