Volto aos tempos em que ministrava a disciplina Teoria Geral da Administração, na UFAM. Experiência que me fez aprender mais que ensinar, ocupou mais de 30 anos de minha vida, não sem êxitos e fracassos. Os segundos estimularam-me a permanência no estudo e na preocupação com os problemas sociais, inclusive aqueles que os autores de TGA em maioria tentam justificar. Quando não, endeusar. Transformei cada fracasso em lição. Não me dei mal por isso. Trago ao conhecimento de outros os comentários de um dos cientistas sociais muitas vezes citados, não sei se muitas vezes lidos. Refiro-me a Christofe Déjours e seu A BANALIZAÇÃO DA INJUSTIÇA SOCIAL. Nele, o autor esclarece sobre práticas organizacionais generalizadas e os fundamentos em que se sustentam, ao ponto de serem banalizadas. O que esse fenômeno tem a ver com o neoliberalismo que varre o Planeta é posto, nu e cru, diante do leitor, seja ele um experiente acadêmico, seja um leigo preocupado com o futuro da sociedade.
Sucessivas turmas de cursos de pós-graduação discutiram comigo a realidade das organizações, como a via Charles Chaplin. Invariavelmente, a primeira aula consistia na apresentação oral, seguida da projeção de Tempos Modernos. Após a leitura da obra de Déjours, posso dizer sem medo que ela constaria da bibliografia informada aos alunos, tivesse eu permanecido no magistério após 1997.
As razões pelas quais tento refletir politicamente sobre o que li agora serão expostas em textos sucessivos, a partir deste n° 5. O que não constrangerá eventual interrupção, por motivo relevante. A realidade é muito mais veloz que nossa capacidade de reter na memória o mundo que nos envolve. Convido-os à leitura!
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