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Refém

O Presidente Lula confessou, anteontem, sua condição de refém do Congresso. O que equivale dizer, a dependência que leva seu governo à quase paralisia. Não obstante, os números da economia e o prestígio internacional do País simulam contradição quase inexplicável. Enquanto não se encontra uma análise minimamente razoável para a aparente contradição, é possível destacar alguns pontos, dos quais a qualidade dos congressistas é exemplar - e lamentável. Qualquer que seja a responsabilidade de Lula (e certamente ele a tem, em apreciável proporção), nesse caso pelo menos, ele é a vítima, não o sequestrador. Quando assumiu o poder pela terceira vez, Lula já recebeu a - até agora - o orçamento da República substancialmente mantido sob o controle dos apetites representados no Parlamento. É obra do governo anterior a transferência de boa parte dos recursos do Erário para saciar a voracidade dos deputados e senadores. Se nem todos os congressistas se aproveitam disso, também é verdade que nem ser filiado ao PT impede muitos deles de participar dos benefícios obtidos pelo uso obscuro das verbas relacionadas às emendas. Essa circunstância também admitida por Lula. Em suma, a realidade sugere a probabilidade de expulsão do PT dos mandatários que se tornam cúmplices da oposição, tanto quanto a realização de eleições pode ensejar a mudança nesse quadro deprimente. Em suma, o eleitor nunca teve tanto a oportunidade de renovar o Congresso. Só quando a maioria das duas casas for constituída de parlamentares vinculados aos interesses da população, não de segmentos específicos, se terá maior aproximação daquilo a que Montesquieu considerava uma República.

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