Dito por um cidadão de qualquer outro país do Mundo, poderia ser atribuído à justa desconfiança com que os Estados Unidos da América do Norte é visto pela maioria dos habitantes do Planeta. Viesse da boca de um mero palpiteiro, inspirado em preconceitos e ódio gratuito, também teria pouca probabilidade de ajudar a compreensão da guerra entre a Rússia e a OTAN. Refiro -me às declarações do professor John Mearsheimer, sobre as responsabilidades pelo conflito que faz da Europa do Leste um novo Oriente Médio. Respeitado especialista em relações internacionais e geopolítica, o professor da Chicago University relembra a anexação da Crimeia e da Geórgia, a guerra da Chechênia e o recente reconhecimento de Donbass e Donetsk, para desenvolver seus argumentos e emitir sua opinião. Assim, estão no ano 2008 as sementes do amargo fruto agora empurrado goela abaixo, não apenas dos dois protagonistas mais divulgados. Rússia e Ucrânia, ninguém ignora, fornecem apenas o sangue que será derramado. Sua porção de interesses, no entanto, é reduzida, se comparada à de outras nações. Mesmo a em que nasceu Mearsheimer. Este, mesmo sem aplaudir a agressão russa, revela alto grau de compreensão. Chega a admitir o ato e suas consequências como uma questão existencial, como alegam repetidamente Putin e seus liderados. O especialista com passagem pela Academia Militar de seu país indaga como os Estados Unidos da América do Norte encarariam a instalação de arsenais militares em Toronto e Ciudad del México. Assim, vê interesse expansionista no governo norte-americano e a negação da doutrina de Monroe para os outros.
Razões da guerra
Atualizado: 20 de mar. de 2022
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