Provocação e crime
- Professor Seráfico
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
O ser abjeto que ocupou a Presidência da República, de 2019 a 2022, não é totalmente ignorante, porque tem uma única aptidão e capacidade - a da provocação. Dedicado a destruir tudo e todos dos quais discorda, ele aparenta ignorar as consequências de seus atos e palavras, todos eles voltados à conquista de poder pessoal e riqueza que uma vida austera e respeitável raramente assegura. Desde sua curta passagem pelas forças armadas, de que acabou por ser excluído, ele não tem feito outra coisa, senão ilustrar ao vivo o conceito emitido por um dos ditadores que ele tanto homenageia quanto reverencia. Um mau militar, disse dele o general Ernesto Geisel. Isso, quando sobre ele pesava apenas (e não é pouco, nem menos grave!) a suspeita de envolvimento no planejamento de atos terroristas que resultariam na morte de dezenas de milhares de habitantes do Rio de Janeiro. Era quanto se poderia esperar, se a explosão do sistema de abastecimento de água daquela cidade fosse bem sucedida. Depois disso, acumularam-se as relações mantidas com grupos pelo menos suspeitos de toda sorte de delinquência, que parecem atestar uma vocação irresistível e exercer um poder de sedução irrecusável. O estímulo à violência, a premiação e as louvaminhas dirigidas a notórios delinquentes só fizeram crescer, desde que a asquerosa figura foi contemplada com a inexplicável exclusão bem remunerada do Exército Nacional. Na Presidência, ela nunca escondeu sua preferência pelo caos, único ambiente capaz de satisfazer os valores e propósitos por ele defendidos e ostentados. Os 30.000 brasileiros que ele lamentou não terem sido eliminados foram fartamente compensados pelos quase 200.000 que seu governo ajudou a COVID-19 a matar. Mas não para aí o rol de crimes cometidos pelo mau militar. Certo de que alguma penitenciária o acolherá, possivelmente este ano, agora se candidata a mártir. Com essa intenção, ele convoca a população para um comício na capital paulista, no final deste mês. Estando ainda por ser explicados muitos acontecimentos relacionados à suposta tentativa de mata-lo em Juiz de Fora, ele tenta criar o ambiente de outras cenas grotescas, como forma de fugir à pena que se espera resulte de seu julgamento pelo STF. Talvez seja a hora em que se terá mais uma vez comprovada a frase de Tancredo Neves: quando a esperteza é grande, acaba por comer o dono.
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