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Foto do escritorProfessor Seráfico

Prova exigível

O apresentador Fausto Silva, recém-inscrito no programa nacional de transplantes, teve mais sorte que centenas de outros candidatos à troca de coração. Levado às pressas a um hospital, faz poucos dias, o ex-apresentador da rede Bandeirantes viu agravado seu estado de saúde, constatada posteriormente a necessidade do transplante agora realizado. Que Faustão tenha rápido restabelecimento e logo volte às telas. Que nas posteriores décadas em que desejo ver esticada

sua vida, ele aproveite para também alargar seu vocabulário. O acréscimo de algumas centenas que sejam de palavras aos cerca de 500 vocábulos até aqui considerados suficientes para o exercício de sua profissão poderá ser tentado, nas muitas décadas que lhe resta viver. Meus sinceros desejos e votos de continuidade de seu trabalho não eliminam, porém, uma dúvida atroz. Refere-se ela à situação dos milhares de pacientes enfileirados, à espera de um coração que lhes devolva a saúde plena. Um dos melhores e mais festejados programas de saúde em escala mundial, enquanto as autoridades brasileiras não provarem cabalmente a inexistência desse tipo de pedalada, o programa nacional de transplantes estará sob suspeita. Em especial, porque as atividades dessa iniciativa governamental se inserem no Sistema Único de Saúde, o SUS considerado em todo o Mundo como dos melhores, em nível internacional. Enquanto não for provada a alegada prioridade do apresentador, relativamente aos outros candidatos ao transplante cardíaco, não será removida a suspeita de que a saúde de Faustão foi assegurada graças à desigualdade que nos marca como sociedade. O Ministério da Saúde informa que Fausto Silva era o segundo na lista de prioridades, dada a gravidade de seu estado de saúde. Problemas renais já ameaçavam a vida do paciente. O que ainda não basta, para deixar tudo em pratos limpos. Sobretudo porque o apresentador entrou na lista há poucos dias. Neste caso, prefiro manter posição declarada pelo jornalista Josias Souza. Para ele, só a informação evita a maledicência. Eu apenas qualificaria: informação clara, saneada de jargão científico e, sobretudo, veraz e verificável.

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