Entendo a verdadeira ginástica mental dos eleitos para compor sua equipes. Sobretudo quando a vitória eleitoral resulta da cuidadosa formação de uma frente em que se misturam todas as cores do arco-íris partidário. Deixo até de lado o fato de que a defesa da democracia, se é para valer, dispensa a exigência do pagamento sob a forma de um Ministério. Sem esse tipo de concessão, como chegar à tal governabilidade de que todos falam, embora a grande maioria em defesa de seus próprios - e nem sempre louváveis - interesses? Penso não ser diferente em qualquer outra nação, mesmo naquelas em que o parlamentarismo torna mais palatáveis as relações entre Executivo e Legislativo. Os esforços de Lula para integrar Simone Tebet à sua equipe dizem bem das dificuldades. Da parte do Tripresidente, o desejo de retribuir a adesão e intensa participação da ex-candidata concorrente, na campanha vitoriosa no segundo turno. As proclamações que a fizeram diferente de Ciro Gomes, por exemplo, deram à ex-senadora de Mato Grosso do Sul relevância política no cenário nacional. Escrevo quando se tem como certa a nomeação de Simone para o Ministério do Planejamento. Acompanhei o noticiário sobre a caminhada de Lula e de seus mais próximos assessores, até à aceitação do posto. O que só fez aumentar a especulação sobre os dissabores que ameaçam perturbar o terceiro mandato de Lula. Na mesma equipe por ele constituída são contados, pelo menos, três presidenciáveis - Fernando Haddad, Simone Tebet e o vice-Presidente Geraldo Alckmin. Este, cuja atração para a chapa do antigo adversário ilustra a genialidade política de Lula, por certo tudo fará para chegar à cabeça da chapa de 2026. Os dois outros já concorreram ao mesmo posto, havendo os que preveem a reiteração da escolha de Haddad para substituir o Tripresidente, na próxima eleição. Tebet mostrou talento político apreciável, e ninguém garante que estaria fora do segundo turno, se sua campanha não demorasse tanto a consolidar-se. Hoje, não é leviano dizer que ela tem aspirações e argumentos a sustentá-las. A demora em aceitar a pasta do Planejamento pode ser tida como fruto de sua sensibilidade política. Fora do governo, ela tenderia a isolar-se e ser isolada. Ocupando Ministério que não seria sua primeira opção, tem a oportunidade de revelar-se ainda mais talentosa e capaz de fazer de atividades instrumentais um caminho tão eficaz quanto a presença nos chamados setores ligados aos projetos e benefícios sociais. Fazer do limão a limonada. O protagonismo, portanto, é o que ocupará Simone Tebet, nos próximos quatro anos. Se os enciumados do PT não a excluírem no meio do caminho. No qual ela haverá de frequentemente lembrar-se de Drummond. As pedras não serão poucas.
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essa ginástica mental acarretou uma diarreia mental