top of page

Pre- juízo

Houve tempo em que se dizia da semelhança entre a barriga de uma grávida e a cabeça de um juiz. Ambas, dizia-se, só se davam a conhecer após o nascimento da criança e a sentença. Até àqueles momentos, difícil era sequer prever qual o desenlace. Ainda não havia a ultrassonografia e a quase impossibilidade de a imagem por ela captada errar no prognóstico: o nascituro é uma menina; ou um menino! O magistrado, guardando respeitoso silêncio, orientava-se pelas palavras contidas nos autos, as dele e de todos os envolvidos nos procedimentos judiciais. Tudo isso é coisa do passado. Se, quanto às mães, elas se sentem mais confortáveis por oferecerem ao rebento o enxoval que julgam apropriado (azul, para menino; róseo, para menina, diziam), nos tribunais a mudança foi danosa. Mais, ainda, quando a ilibação da conduta do juiz é substituída pela profissão de fé a que se vincula o aspirante ao posto. Comprometida a isenção do magistrado, não há como falar em conduta ilibada. Pouco à frente, o terror religioso estará decidindo segundo julgamentos prévios, registrem.o que registrarem os autos. Como gostaria de ter expectativa diferente!

Posts recentes

Ver tudo
O ponto

O governo resolveu eliminar ou reduzir os impostos sobre uma lista de insumos e produtos alimentícios. Tudo, para forçar a baixa nos...

 
 
 
França e franceses

Mais uma vez vem da França o anúncio de novos avanços na História. Esta quinta-feira marca momento importante daquela sociedade, há mais...

 
 
 

Comentarios


bottom of page