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Porque cassar Glauber

Atualizado: 21 de set.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) está ameaçado de cassação. Não é a primeira vez que tal propósito mobiliza a direita da Câmara dos Deputados, alguns de seus mais agressivos detratores considerando-o um reincidente. Tudo porque em oportunidade anterior, a tramoia não deu certo e o processo contra o combativo parlamentar teve o destino do arquivo. O trabalho do relator, com o voto da maioria do Conselho de Ética não encontrou razão plausível para cassar o mandato que dezenas de milhares de eleitores concederam a Glauber, por quatro vezes, um mandato realmente popular. Desta vez, o representante fluminense é acusado de empurrar um colega, em reunião de uma das comissões da Casa Legislativa. Não se tem dito o que motivou a reação do parlamentar psolista, para ser levado ao extremo de sua indignação. Simplesmente, Glauber reagiu a uma ofensa desferida por um adversário à mãe do deputado do Rio de Janeiro. Nem há quem esteja convencido de que o empurrão que o próprio Glauber não nega é apenas pretexto, diante da constatação (que se pode presumir gravada) da ofensa recebida. Colegas seus têm feito gestos indecorosos, proferido palavras ofensivas e se envolvido até em rachadinhas, sem que a cassação tenha sido pedida ou, quando pedida alguma, foi parar em bem protegidas gavetas. O que incomoda à direita, no deputado Glauber Braga, é o currículo que ele pode apresentar como representante do povo do Rio de Janeiro. Dispensa-se o editor deste blog de discorrer sobre o desempenho do posto a que o tem guindado sucessivas vezes o eleitorado fluminense, porque nas anotações oficiais do Congresso consta extensa relação de projetos apresentados (a maioria dos quais aprovada), destinação de verbas para o Estado por ele representado e posições em defesa da democracia e dos interesses populares. Como ocorreu no fatídico período (2019-2022) de nossa história, ainda há os que desejam impedir a atuação dos defensores da democracia, órfãos da ditadura sempre dispostos à fazer a nação retornar à prática oficial da tortura e ao assassínio dos divergentes, em instalações do Estado. A voz de gente como Glauber Braga, portanto, incomoda os autoritários, mais ainda quando essa vocação política é posta a serviço dos que enriquecem à custa de práticas criminosas. É bem o caso.

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