Invenção humana das de maior consequência, a Política parece ter-se tornado ao longo dos tempos território infenso a certas virtudes que pensávamos atribuíveis ao homem. Mesmo a necessidade de reagir e resistir aos fenômenos determinados pela natureza não conseguiu até os dias presentes produzir prova cabal da suposta superioridade da espécie. Os instintos parecem prevalecer sobre os desejos, vontades e sonhos humanos. A condição animal, facilmente compreendida no discurso de Hannah Arendt, faz do homo sapiens um anão. E do metabolismo visceral o senhor de nossas inspirações e do que as sucede – a ação sem que se ponha aqui qualquer ofensa às vítimas do nanismo). É essa a cena escrita pelos povos, cada dia orientados mais pelas vilezas e misérias presentes nas circunstâncias, que pelo de superior poderíamos ostentar. Se isso não desvincula cada indivíduo de sua época e de sua mais acaba criação, a sociedade, dirige o homem – o governante em especial – àquele segmento social onde são colhidos os que compartilham dos mesmos valores e se revelam simpáticos às mesmas ações. Alguns diriam estarem no processo de socialização as virtudes ou os vícios de que nos valemos, na vida de todo-dia. A opção a cada um cabe. Não é estranho, por isso, que Michel Temer passe a ter revigoradas suas habilidades políticas. Não faz dois anos, ele saia dos amplos salões do Palácio do Planalto e passava a frequentar órgãos policiais. Não na condição de autoridade púbica, mas na triste e oprobriosa circunstância de investigado. Vítima do autoritarismo e da falsificação de fatos e circunstâncias promovidas por um magistrado sem qualquer vocação para os misteres da espécie, ele mesmo experimentava o fel usado para subir a rampa do palácio. De qualquer forma, como os outros que fez por prejudicar, com eles mantém algum tipo de proximidade e identidade. Talvez menor que a mantida com outros aos quais breve se espera seja juntado, tal identidade e tal proximidade podem parecer as mesmas que unem o grupo que se instalou no poder. Isso leva a crer que só aparentemente também são diversos os ambientes em que Jair Messias Bolsonaro recruta sua equipe. O que se sabe do ex-companheiro de chapa de Dilma Rousseff é ter competência em Direito Constitucional, com fama pelo menos juridicamente comprometida. Talvez agora possa aprender mais sobre Direito Penal. Terá a vizinhança de ilustrações soberbas e abundantes, numa variedade desafiadora do tempo escasso e da argúcia que todo penalista deve trazer consigo.
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