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Patos somos nós

Foto do escritor: Professor SeráficoProfessor Seráfico

Pai do pato da FIESP, o empresário Paulo Skaff é o retrato fiel da elite brasileira, cujo simbolismo transfigura-se na imagem do edifício suntuoso da Avenida Paulista. Em recente entrevista concedida ao jornalista Pedro Bial, o pato-mor revelou completa adesão à necropolítica em vigor, que defendeu e justificou, nos raros momentos em que tentou mostrar-se dela afastado. Em suas palavras, o líder empresarial paulista não fez mais que reproduzir o delírio do Presidente da República, como se o Palácio do Planalto e seus arredores nada tivessem a ver com a morte de quase 600 mil brasileiros. Ele falou do modo como falaria influente liderança de um país em franco processo de prosperidade, de que a inflação estivesse bastante afastada e o emprego estivesse à porta de ser considerado pleno. Nesse país de conto de carochinha, as contas públicas estariam equilibradas e a fome também seria fenômeno localizado, residual, excepcional, às portas da eliminação. Por isso, a desavergonhada admissão de que o aumento do peso do IOF sobre a vida dos brasileiros é fato de somenos. Para o Presidente da FIESP, pai do pato combatente do pagamento de tributos, os sacrifícios que o IOF determina sobre a vida de todos e as atividades empresariais, devem merecer a compreensão e o apoio que ele mesmo empresta a quem o determinou. A criminosa adesão ao Presidente da República acabou por gerar outra vítima – o próprio pato amarelo que ilustrava o impostômetro antes emoldurado pela parede inclinada da sede física do capitalismo brasileiro. O pato que, mentirosamente, alegava excessiva carga tributária é o mesmo que se esconde dos efeitos que o IOF majorado impõe a todos os brasileiros. Melhor que ele se saiu Gilberto Kassab, embora ambos situados no mesmo espectro político. Entrevistado no mesmo programa de conversa com o primeiro apresentador do BBB da rede Globo, o Presidente do PSD pelo menos revelou cansaço em relação à liderança que Skaff louva e para o qual presta os serviços próprios do nosso capitalismo sem capital a não ser o dinheiro que flui das burras oficiais.

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