O rumo da América Latina

Desde ontem, Belém assumiu a condição de capital do Mundo. Em boa parte, por ser uma das unidades federativas do país em cujo território está a maior floresta tropical do Planeta. A essa circunstância parece justo agregar outra condição difícil de negar ou obscurecer. Refiro-me ao prestígio e ao respeito internacional desfrutado pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva, a despeito do ladrar dos incomodados pela passagem da caravana por ele dirigida. Preparatória de reunião de âmbito mundial, a Cúpula dos Países Amazõnicos já atraiu para Belém a atenção de todo o mundo. Não sem ponderáveis razões, além das já apontadas. Como disse antes um dos ex-presidentes da metrópole situada na parte Norte do continente americano, para onde se inclinar o Brasil, se inclinará toda a América Latina. Neste momento particular, em que a crise climática tanto ameaça quanto preocupa governantes e populações de todos os continentes, a influência da Amazônia confere ao Brasil, pela extensão de seu território e pela reserva natural nele contido, papel determinante. Não que isso deva levar a posição eivada de arrogância e empáfia. Ao contrário, porque, recebendo águas nascidas e despejadas dos Andes, o tratamento comum e fraterno das principais questões deixa de ser uma preferência. Passa a ser uma necessidade, a que não está insensível o Presidente Lula. Faz apenas pouco mais de sete meses, e o Brasil trata de pensar feridas irresponsavelmente abertas com nações vizinhas e fortalecer os laços com as que escaparam à paupérrima imaginação dos que cultuam armas e guerra em substituição aos livros e à paz. A revelação contundente, porque incontestável, de que só a Política é o avesso da guerra.